cores, da teoria `a prática

A cor da sombra.

A cor da sombra de um objeto na pintura, torna-se muito mais interessante quando fazemos uso das cores complementares. A aplicação das cores complementares na pintura dá um grande efeito como resultado. Se trata da própria cor acrescida da cor de alto contraste. Ou seja, se considerarmos uma cor primária, sua complementar vai se dar na misturas das outras duas primárias. Por exemplo, o contraste do amarelo é o roxo (azul+vermelho). Então podemos considerar que o roxo complementa o amarelo. Quando partimos então para a prática, percebemos que o amarelo acrescido de um pouquinho de roxo, se transforma numa cor de sombra, num cinza, mas um cinza muito interessante, pois não é apagado como o cinza resultante do preto mais branco (aliás não vejo porque usar preto na pintura). Esse cinza interessante é um cinza cromático.

Isto acontece sempre que misturamos um pouquinho de cor secundária com a cor primária de contraste.


Claro que as possibilidades são infinitas, e o mais legal de tudo é se soltar na variação, pois tudo vai depender das tonalidades escolhidas, por isso é legal sempre considerar que isso é um princípio e não uma regra. Abaixo, segue um um círculo ou disco cromático, sempre que o dividirmos ao meio, teremos esse alto contraste nas extremidades da linha.



Também é interessante considerarmos a temperatura das cores, e sempre que uma cor for fria, inevitavelmente sua sombra (ou complementar) será quente. Claro que o contrário também acontece, podemos representar uma luz fria e a sombra quente, como sempre as possibilidades são infinitas.
Tinta a óleo.
Tudo isso fica mais fácil na prática com tintas artísticas (me refiro aqui as tintas a óleo, e as acrílicas). Algumas cores considero indispensáveis. Além do branco e das primárias é claro. Como vimos, a partir das primárias podemos chegar as outras através de misturas, porém é muito conveniente já se ter a mão algumas dessas cores.
Como disse, além das primárias (alguns amarelos, azuis e vermelhos), acho imprescindível os marrons, verdes e pelo menos um violeta.

Verdes:
Verde Vessiê e verde inglês claro.

Marrons de terra:
Terra de siena natural e terra de siena queimada.
Podemos conseguir essas cores, misturando laranja e verde conseguimos a terra de siena natural, já a terra de siena queimada, podemos obter a partir da mistura de laranja e roxo.
Tudo vai depender da proporção, mas como sempre, é apenas um princípio, na há necessidade de precisão. Mesmo porque a ideia é que o ato de pintar seja relaxante e não frustrante.

Como disse um amigo:

"Se a sua jornada não trouxer um sorriso em seu rosto, mude, pois o caminho não é esse"

A cor da sombra.
Um modesto exemplo.

Talvez umas das ideias que atrapalhem no momento da pintura, seja a comparação, por isso quero dizer que nem sempre devemos procurar uma definição nitida na pintura.Vejo alguns trabalhos que enchem os olhos pela ideia de liberdade que as pinceladas sugerem. Me parece que nesse ponto focava o "impressionismo" onde o interesse da pintura tinha como foco a luz e nao o objeto em si.
Bem, longe de comparações, fiz um modesto trabalho onde procurei usar a cor da sombra complementar do objeto, e o objeto em contraste com o fundo.
Primeiro fiz um breve quadriculado a mão livre mesmo sobre a fotografia que usei como modelo. Em seguida usando uma cor escura mas meio transparente (se consegue transparencia pela diluição.) fiz uma marcação de sombras.
Na etapa seguinte, fiz uma primeira camada com siena queimada para a locomtiva, e azul para as demais áreas. azul claro e azul escuro.

O ideal é sobrepor as cores, e os contornos devem ser esfumados, uma cor invade um pouco a outra.  
 Continuei com esse processo e no mesmo marrom avermelhado, o terra de siena queimada, acrescentei um pouquindo de azul escuro, e com isso dispenso o preto, pois quanto mais azul, mais escuro fica, e acaba dando a ideia de preto. Além disso refiz toda a parte com a mesma cor tirando a transparência.

Nas zonas de luz da locomotiva, clareei a terra de siena queimada , hora com laranja, hora com vermelho ou rosa.
                    -quanto mais eu tirar a complementar da cor, mais luz ela vai representar, como a terra de siena é um marrom com base vermelha, quanto mais vermelha mais luz, e quando eu clareio ainda mais esse vermelho começo a obter a cor para fazer o brilho.
No azul claro do chão, acrescentei uma mistura do proprio azul com laranja, assim obtive esse cinza cromático, e assim fiz com as outras cores, repincelando as vezes com a própria cor pura.

Chegando aqui, já comecei a ficar contente com o resultado de claro e escuro, gostei do efeito de escurecer o avermelhado da locomotiva com azul, clarear com laranja, em outras palavras, esfriar o avermelhado com azul, e aquecer com laranja.
Nos sinalizadores na parte de baixo, usei o mesmo príncipio pondo violeta no amarelo. 

 Depois ficou assim 


Despretensiosamente quis compartilhar essa experiencia,
Agradeço pela visita , os comentarios sao sempre bem vindos.

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